Uma mensagem para os últimos dias

Prezados irmãos e irmãs,
Nós temos crido de todo o coração que Cristo logo virá, e que agora estamos vivendo sob a última mensagem de misericórdia que devemos proclamar a um mundo culpado? Nosso exemplo tem sido o que deveria ser? Por meio de nossa vida e santo diálogo, temos mostrado aos que nos rodeiam que estamos aguardando a gloriosa aparição de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, o qual transformará e moldará nosso corpo vil à semelhança de Seu glorioso corpo? Temo que não tenhamos crido nem percebido essas questões como deveríamos. Aqueles que creem nas importantes verdades que declaramos devem agir de acordo com sua fé. Há muita procura por diversões e assuntos para chamar a atenção neste mundo. Muitos pensam demais na roupa, e quase sempre falam sobre leviandades e insignificâncias, o que contraria nossa declaração de fé, pois nossa conversa não está no Céu, de onde esperamos o retorno do Salvador.
Os anjos estão nos vigiando e nos protegendo. Com frequência entristecemos esses anjos por nos envolvermos em conversas fúteis, gracejos e piadas, e por mergulharmos em um estado descuidado e indiferente. Embora possamos vez ou outra fazer um esforço rumo à vitória e alcançá-la, se não a mantivermos, mas afundarmos no mesmo estado descuidado e indiferente, incapazes de suportar as tentações e resistir ao inimigo, não venceremos a prova de nossa fé, que é mais preciosa que o ouro. Não estamos sofrendo por amor a Cristo nem nos gloriando na tribulação.
Há uma grande falta de força cristã e de servir a Deus por princípio. Não devemos tentar agradar e satisfazer a nós mesmos, mas honrar e glorificar a Deus e manter os olhos fixos em Sua glória em tudo o que fazemos e dizemos. Se deixássemos nosso coração ser impressionado com estas palavras importantes, e sempre as tivéssemos na memória, não cairíamos tão facilmente em tentação, e nossas palavras seriam poucas e bem escolhidas: “Mas Ele foi ferido pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados”. “Toda palavra vã que os homens falarem, dela darão conta no dia do juízo.” “Tu, Deus, me vês.”
Não poderíamos pensar nessas palavras importantes e nos lembrarmos dos sofrimentos de Jesus para que nós, pobres pecadores, recebêssemos o perdão e fôssemos redimidos para Deus por Seu preciosíssimo sangue, sem sentir uma santa restrição sobre nós e um desejo honesto de sofrer por Aquele que padeceu e suportou tanta coisa por nós. Se nos demorarmos nesses assuntos, nosso estimado eu, com sua dignidade, será humilhado, e seu lugar será ocupado por uma simplicidade infantil que suportará a reprovação dos outros sem se sentir facilmente provocada. A rebeldia não governará a alma.1
Quando percebo o quanto Deus fez por nós para nos manter no caminho certo, sou levada a exclamar: Oh, que amor, que amor maravilhoso o Filho de Deus tem por nós, pobres pecadores! Devemos ser indiferentes e descuidados enquanto o máximo possível está sendo feito pela nossa salvação? Todo o Céu está interessado em nós. Devemos estar vivificados e despertos para honrar, glorificar e adorar o Alto e Sublime. Nosso coração deve fluir em amor e gratidão Àquele que tem sido tão cheio de amor e compaixão por nós. Devemos honrá-lO com nossa vida e mostrar, com conversas puras e santas, que nascemos do alto, que este mundo não é nosso lar, e que somos peregrinos e estrangeiros aqui em viagem para um país melhor.
Muitos que usam o nome de Cristo e afirmam aguardar Sua breve vinda não sabem o que é sofrer por amor a Jesus. A graça não subjuga seu coração, e eles não estão mortos para o próprio eu, como geralmente fica claro por várias maneiras. Ao mesmo tempo, só falam que têm sofrido provações. Contudo, a principal causa de suas provações é um coração não subjugado, o que deixa o eu tão sensível que muitas vezes se sente contrariado. Se tais pessoas pudessem entender o que é ser um humilde seguidor de Cristo, um verdadeiro cristão, elas começariam a trabalhar com sinceridade e do jeito certo. Primeiro, elas morreriam para si mesmas; depois, seriam constantes na oração e controlariam todas as paixões da alma. Renunciem à autoconfiança e à autossuficiência, irmãos, e sigam o manso Modelo. Sempre tenham em mente que Jesus é seu exemplo e vocês devem seguir Seus passos. Olhem para Jesus, o autor e consumador de nossa fé, que pela alegria que Lhe estava proposta, suportou a cruz, desprezando a afronta. Ele suportou a oposição dos pecadores contra Si mesmo. Por nossos pecados, Ele uma vez foi o cordeiro manso e morto, ferido, machucado, punido e afligido.2
Estamos longe de ser o povo que Deus quer que sejamos porque não elevamos a alma nem refinamos o caráter em harmonia com o maravilhoso desdobramento da verdade de Deus e de Seus propósitos. “A justiça exalta as nações, mas o pecado é o opróbrio dos povos” (Provérbios 14:34). O pecado é um poder que desorganiza tudo o que toca. Onde quer que o nutramos — no coração, no lar e na igreja —, há desordem, luta, desavença, inimizade, inveja e ciúme, porque o inimigo de Deus e do ser humano tem o poder de controlar a mente. Mas amemos a verdade e a apliquemos à nossa vida, defendendo-a, odiando o pecado e sendo representantes vivos de Jesus Cristo para o mundo.
As pessoas que afirmam crer na verdade não serão condenadas porque não tinham a luz, mas porque tiveram grande luz e não puseram o coração à prova do grande padrão moral de justiça de Deus. As pessoas que alegam crer na verdade devem ser enobrecidas ao vivê-la. A verdadeira religião bíblica deve fermentar a vida, refinar e enobrecer o caráter, tornando-o cada vez mais semelhante ao modelo divino. Em seguida, o lar expressará oração, ação de graças e louvor a Deus. Os anjos servirão o lar e acompanharão o adorador até a casa de oração.
Que as igrejas que afirmam crer na verdade e dizem defender a Lei de Deus obedeçam a ela e se afastem de toda iniquidade. Que os membros da igreja lutem contra toda tentação para praticar o mal e cair em pecado. Que a igreja inicie a obra de purificação perante Deus mediante arrependimento, humilhação e profundo exame de alma, pois estamos no dia antitípico da expiação — uma hora solene, carregada de resultados eternos.
Aqueles que ensinam a verdade devem apresentá-la como é em Jesus. Sob a influência subjugadora, santificadora e refinadora da verdade de Deus, eles atuam como vasos limpos. Se a religião bíblica os levedar, que influência sairá deles para o mundo! Que cada membro da igreja seja puro, firme, inabalável, sempre abundante no amor de Jesus, e então será uma luz para o mundo. Que os homens que estão como vigias e pastores do rebanho proclamem a solene verdade, façam soar as notas de advertência a todos os povos, nações e línguas. Que sejam representantes vivos da verdade que defendem, e honrem a Lei de Deus pelo cumprimento exato e santo de suas exigências, andando diante do Senhor em pureza e santidade, e um poder acompanhará a proclamação da verdade que refletirá a luz por toda parte.
Deus nunca abandona pessoas ou indivíduos até que eles O abandonem. A oposição externa não enfraquecerá a fé do povo de Deus, que está guardando Seus mandamentos. A negligência em colocar a pureza e a verdade na prática entristecerá o Espírito Santo e os enfraquecerá porque Deus não está no meio deles para os abençoar. A corrupção interna atrairá as denúncias de Deus sobre este povo, como aconteceu com Jerusalém. Oh, que a voz de súplica e a oração fervorosa sejam ouvidas, para que aqueles que pregam aos outros não sejam eles mesmos rejeitados. Meus irmãos, não sabemos o que está diante de nós, e nossa única segurança está em seguir a Luz do mundo. Deus trabalhará em nós e por nós se os pecados que trouxeram Sua ira sobre o velho mundo, sobre Sodoma e Gomorra e sobre a antiga Jerusalém, não se tornarem nosso crime.
A menor transgressão da Lei de Deus traz culpa sobre o pecador, e, sem sincero arrependimento e abandono do pecado, ele certamente se tornará um apóstata. [...] Portanto, na medida do possível, purifiquemos, como povo, o acampamento da contaminação moral e dos pecados agravantes. Quando o pecado está avançando sobre o povo que alega estar elevando o padrão moral da justiça, como podemos esperar que Deus use Seu poder por nós e nos salve como um povo que fez o que é reto? [...] Se não nos unirmos como povo, fortalecendo nossa fé e vivendo os mandamentos de Deus em todas as nossas ações, estaremos sujeitos à fraqueza e à destruição. … uma obra a que devemos nos dedicar em cada uma de nossas igrejas. Todo ser humano deve ser um cristão.
Que o pecado do orgulho seja abandonado, que todos os excessos no modo de vestir sejam eliminados, e que haja arrependimento diante de Deus pelo grave erro de reter o dinheiro que deveria ser destinado ao sustento da obra do Senhor em seus campos missionários. Que a obra de reforma, de verdadeira conversão, seja apresentada e incentivada ao povo. Que nossas ações e comportamentos correspondam à obra para este tempo, para que possamos dizer: “Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo”. Humilhemos nossa alma diante de Deus com contrição, jejum e prece, arrependendo-nos dos pecados e os abandonando.
A voz do verdadeiro vigia precisa agora ser ouvida em toda parte: “Vem a manhã, e também a noite” (Isaías 21:12). A trombeta deve dar o sonido certo, pois estamos no grande dia da preparação do Senhor. [...] Há muitas doutrinas correntes em nosso mundo. Há muitas religiões hoje que têm milhões de seguidores, mas só uma é a que carrega a inscrição e o selo de Deus. Existe uma religião do ser humano e uma religião de Deus. Devemos fixar nossa alma na Rocha eterna. Tudo no mundo de Deus, tanto seres humanos quanto doutrinas, bem como a própria natureza, estão cumprindo a segura palavra da profecia divina e realizando a grande e final obra celestial na história deste mundo.
Devemos estar prontos, esperando as ordens de Deus. As nações sofrerão um profundo impacto. Aqueles que proclamam o único padrão de justiça de Deus, o único teste seguro de caráter, ficarão sem o apoio humano. E todos os que não se curvarem ao decreto dos conselhos nacionais nem obedecerem às leis nacionais para exaltar o sábado instituído pelo homem do pecado, desconsiderando o santo dia de Deus, sentirão não apenas o poder opressivo do papado, mas do mundo protestante — a imagem da besta.
Satanás operará seus milagres para enganar; ele estabelecerá seu poder como supremo. A igreja parece prestes a cair, mas não cairá. Ela permanecerá enquanto os pecadores em Sião serão peneirados — a palha separada do precioso trigo. … uma prova terrível, mas, no entanto, deve acontecer. Ninguém, exceto aqueles que venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do Seu testemunho, se encontrará no grupo dos leais e verdadeiros, sem mancha ou ruga de pecado, sem maldade na boca. Devemos ser despojados de nossa justiça própria e revestidos da justiça de Cristo.3
Foi-me mostrado que, se o povo de Deus não fizer a sua parte e apenas esperar pelo reavivamento para que ele remova seus erros e corrija suas falhas; se dependerem disso para purificá-los das impurezas da carne e do espírito e prepará-los para participar do alto clamor do terceiro anjo, serão achados em falta. O refrigério ou poder de Deus só descerá sobre os que estiverem preparados para ele fazendo a obra que Deus ordena, isto é, purificando-se “de toda imundícia da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no temor de Deus”.4
Os remanescentes que purificam a alma pela obediência à verdade adquirem força do processo de provação, exibindo a beleza da santidade em meio à apostasia que os cerca. Tudo isso, Ele diz: “Eis que, na palma das minhas mãos, te tenho gravado” (Isaías 49:16). Eles são mantidos em lembrança eterna e imperecível. Queremos fé agora, fé viva. Queremos ter um testemunho vivo que atinja o coração do pecador. Há sermões em excesso e ministério de menos. Queremos a santa unção. Precisamos do zelo e do fervor da verdade. Muitos dos ministros estão meio paralisados por seus próprios defeitos de caráter. Eles precisam do poder convertedor de Deus.
Deus exigiu de Adão, antes de sua queda, perfeita obediência à Lei divina. O Senhor exige agora o que Ele exigiu de Adão: obediência perfeita, justiça sem mancha nem defeito aos Seus olhos. Deus nos ajude a oferecer a Ele tudo o que Sua Lei exige. Não podemos fazer isso sem aquela fé que traz a justiça de Cristo para o dia a dia.
Queridos irmãos, o Senhor vem. Ergam os pensamentos e a cabeça, e regozijem-se. Ah, imaginaríamos que aqueles que ouvem as boas-novas e afirmam amar Jesus estariam cheios de uma alegria indescritível e repletos de glória. Esta é a boa, a alegre nova que deve eletrizar cada alma, que deve ser repetida em nossos lares, e proferida àqueles com quem nos encontramos nas ruas. Que notícias mais alegres podem ser transmitidas! Debater e argumentar com crentes ou incrédulos não é a obra que Deus nos deu para fazer.
Se Cristo é meu Salvador, meu sacrifício, minha expiação, então nunca perecerei. Crendo nEle, tenho vida para sempre. Oh, que todos os que creem na verdade também creiam em Jesus como seu próprio Salvador. Não me refiro àquela fé barata sem o apoio das obras, mas àquela fé fervorosa, viva, constante e duradoura que come a carne e bebe o sangue do Filho de Deus. Não quero apenas ser perdoado pela transgressão da santa Lei de Deus, mas quero ser elevado ao brilho do semblante de Deus. Não apenas para ser admitido no Céu, mas para ter uma entrada ampla.
Será que somos tão insensíveis como um povo peculiar, uma nação santa, ao amor inexprimível que Deus manifestou por nós? A salvação não é passar pelo batismo, não é ter nosso nome nos livros da igreja, não é pregar a verdade. Mas é uma viva união com Jesus Cristo, para ser renovado no coração, fazendo as obras de Cristo em fé e trabalho de amor, na paciência, na mansidão e na esperança. Toda alma unida a Cristo será um missionário vivo para todos os que a rodeiam. Ele trabalhará não só pelos que estão perto, mas também pelos que estão longe. Ele não terá sentimentos de divisão, nem se interessará apenas em fortalecer a parte da obra que lidera e deixar que seu zelo termine ali. Todos trabalharão com interesse para fortalecer cada ramo. Não haverá amor-próprio nem interesse egoísta. A causa é uma, e a verdade um grande todo.
… perfeitamente válido perguntar com um coração sincero e preocupado: “Estou alimentando a inveja? Estou permitindo que o ciúme tenha lugar no meu coração?” Se a resposta for sim, então Cristo não está ali. “Eu amo a Lei de Deus? O amor de Jesus Cristo está em meu coração?” Se amarmos uns aos outros como Cristo nos amou, estaremos nos preparando para o bendito Céu de paz e descanso. Lá não haverá disputa para ser o primeiro; todos amarão o próximo como a si mesmos. Oh, que Deus abra o entendimento e fale ao coração de nossas igrejas despertando os membros. [...]
Aqueles que estão acomodados em Sião precisam ser despertados. Grande é a responsabilidade daqueles que conhecem a verdade, mas não sentem nenhum peso ou preocupação pelas almas. Oh, que homens e mulheres que dizem crer na verdade despertem, assumam o jugo de Cristo e ergam Seus fardos! São necessários aqueles que não tenham apenas um interesse nominal, mas um interesse à semelhança de Cristo, altruísta — um ardor intenso que não enfraquece diante das dificuldades nem esfria por causa da abundância da iniquidade. [...]
Estamos na própria fronteira do mundo eterno. Cristãos de conveniência não serão úteis para essa obra. Uma religião sentimental e de aparência não é o que se precisa para este tempo. Deve haver intensidade em nossa fé e na proclamação da verdade. Digo a vocês: uma nova força está surgindo das entidades satânicas, atuando com um poder que até agora não tínhamos percebido. Nesse caso, um novo poder do alto não tomará posse do povo de Deus? A verdade, com seu poder santificador, deve ser apresentada com insistência ao povo. Devemos fazer súplicas fervorosas a Deus, orações intensas, para que nossas esperanças como povo não se baseiem em suposições, mas em realidades eternas. Precisamos saber por nós mesmos, pela evidência da Palavra de Deus, se estamos na fé, a caminho do céu, ou não. O padrão moral do caráter é a Lei de Deus. Atenderemos às suas exigências? O povo do Senhor está dedicando seus bens, seu tempo, seus talentos e toda a sua influência à obra para este tempo? Despertemos. “Portanto, se vocês foram ressuscitados juntamente com Cristo, busquem as coisas lá do alto, onde Cristo vive, assentado à direita de Deus” (Colossenses 3:1, Nova Versão Internacional).3